MEMÓRIA SELETIVA - O TEMPO NÃO PÁRA.
Com mais atenção, tornei a assistir o filme sobre a
biografia do "CAZUZA - O tempo não pára", no que muito me levou a
pensar para a construção deste texto. Sabe-se que as crianças têm a mente muito
mais aberta e receptiva do que a dos adultos, como um processo de retenção de
lembranças que é muito mais intenso nelas do que em qualquer outra pessoa na
fase adulta, embora o mecanismo seja o mesmo. Deve-se, então, tomar muito
cuidado com os estímulos que ofertamos aos nossos infantes, pois esses
estímulos definirão as memórias que constituirão a psique do adulto no futuro.
Esse cuidado também se aplica na reação de um adulto às ações das crianças,
pois diante delas vão ser definidos quais fatos serão retidos nas lembranças e
como serão acessadas rapidamente essas informações.
Há estudos segundos os quais cerca de 35% dos estudantes se
mostram depressivos por não saberem trabalhar a memória e conversar
adequadamente com os seus próprios pensamentos. Essas pessoas não conseguem
ajudar a si próprias, porque não conhecem seus inimigos internos, os seus medos
e suas fraquezas. Elas se mostram incapazes de retirar, a partir de um dado
momento de caos, as oportunidades para o crescimento ou o sucesso pessoal e
profissional. Mostram-se, portanto, previamente derrotadas, se não ocorrer uma
reviravolta que as retire desses limbos intelectuais.
Para livrarem-se desse perigo, só há uma atitude pessoal a
tomar: construir o pensamento positivo, algo que produza a confiança no
sucesso, nisso, além dela própria, muitos amigos podem ajudar. Pessoas em
estágios de muita fragilidade sofrem do “coitadismo”, apresentando-se dó de si
mesma e sempre se programando ser infeliz com o seu pessimismo, pois,
conscientes ou não, gerenciam arquivos doentios da sua memória. Pode-se pensar
sobre nossas memórias como se fossem papéis de fotos: quanto maior a exposição,
mais nítida e duradoura será a imagem. A intensidade da exposição, no caso, são
as emoções associadas aos fatos retidos.
Por perspectiva, a memória seletiva pode ser denominada de
“Memória de Uso Contínuo”. Com ela, as pessoas acessam dados usados
continuamente, algo em torno de 1% a 2%, pois não frequentamos todos os
conhecimentos da mente periférica. Quando isso acontece abrem-se janelas que
muito explicam sobre nossas reações diante de momentos específicos. Por isso,
um comportamento ou um jogo de janelas pode ser construído em questão de
segundos. Nesse contexto, uma pessoa nunca poderá afirmar se deixará de agir
com agressividade diante de uma situação de confronto, mas poderá e deverá,
contudo, meditar sobre o que está aflorando sobre a sua memória periférica e gerenciar
os seus próprios pensamentos.
Se as emoções representam o motor para a abertura e o
fechamento da memória seletiva em um dado momento, podemos entender que algumas
pessoas utilizam esse processo de forma excessiva, gerando o que a psicologia
chama de “síndrome do pensamento acelerado”. O que consiste no excesso de
atividade no plano do pensamento. Isso é muito ruim, pois o estresse intenso
bloqueia ainda mais a memória dificultando a capacidade de pensar de forma
criativa ou construtiva. É quase uma bomba que atinge à qualidade de vida.
Relaxemos, então, pensando na humanidade e não como grupos ou como seitas que agem intensamente para afirmarem-se. Apenas, apaixonemo-nos pela humanidade. Em que pese sermos pequenos, e somos, podemos transformar os pequenos em grandes pela simples paciência em educar.
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