SENTE-SE, E NÃO FAÇA NADA...


Tudo aquilo que faz parte do dia-a-dia, tocado pela realidade mais urgente de cada pessoa, constitui motivo fértil para o estabelecimento de diálogos. Vez por outra precisamos promover diálogos no esforço de desenvolver uma visão correta - e por que não – elevada da vida.

Aquilo que mexe com a opinião pública, os fatos que a imprensa e a televisão noticiam, até mesmo os temas de novelas e de desenho animado podem ser inteligentemente abordados em interessantes conversações sobre uma visão mais madura da vida.

Se frequentemente tal possibilidade trava ou é impedida no indivíduo é por que algo, de algum modo, está definindo uma conversão nem sempre consciente de natureza psíquica. E se buscarmos um confortável equilíbrio dentro de nós, reativo ao travamento, os efeitos desta busca irão funcionar como luzes, que nos transpassam diariamente; funcionarão como uma leitura de dentro para fora oferecendo tão somente respostas no modelo intuitivo sobre os fatos.

Talvez devêssemos, assim, procurar cada vez mais um profundo conforto, o que só é possível através de Deus. Algo como um sinal visível de fé, que nos force a baixar nossas espadas para apenas servir em construção do outro, o que acredito sirva de construção para nós mesmos. É possível, ainda, que por razões desta busca venhamos a descobrir as nossas maiores aptidões e por elas provocarmos forças que naturalmente prevalecem para um bem maior.

Sim, talvez precisemos mesmo que uma força maior se amplifique a cada dia e nos conduza muito além do tempo, do espaço e da matéria para, inclusive, chamar a atenção sobre os vícios da nossa sociedade, e faça com que fatos inferiores, crimes, roubos e sequestros não ocupem tanto da atenção geral. Mas a verdade é que não precisamos de fato das experiências assim, diárias, pois é irrefutável que a ação da vida é contínua e se traduz por um trabalho de pura energia.

Enquanto estivermos vivos, nesta matéria, façamos a maior parte para que o Universo faça o restante. Entendamos, então, que na simplincidade de cada Ser somos todos indivíduos, e todos somos diferentes uns dos outros. Temos culturas e fontes espirituais distintas em virtude de nossas origens e da nossa educação familiar. Mas em comum, todos temos maneiras de pensar e todos poluímos os nossos próprios corpos, tanto o corpo espiritual como o corpo físico.

A dimensão que toma essa poluição em nosso pensar e agir faz com que se torne mais difícil para determinadas pessoas curar-se das perturbações. Daí, familiarizar-se com as doenças psíquicas nos instrui para o caminho de volta. A única coisa verdadeiramente sabida é que algumas pessoas precisam de mais trabalho e de mais tempo para achar o caminho de retorno.

Sabemos, ainda, por experiência própria, que o ser humano pode provocar sua dor por si mesmo. Não sejamos céticos, então, ao sobrenatural, muito menos ao que o mundo convencional nos ensina, mas percebamos que tudo há uma razão de ser. Aquilo que é físico e pomposo impressionam, mas a experiência também ensina que o maior fenômeno acontece no invisível aos olhos. Esse, em muitos casos, torna-se um bom  mistério.

Mistérios assim controlam o processo de amor - que é o estado do indefinível. E se quisermos saber como se sente um peixe em seu tanque, então nos limitemos... tracemos regras bem definidas, diferentes do amor...

Preocupemo-nos, sim, com o que esses mistérios fazem, e não o que eles são. E enquanto tivermos a convicção de que são bons, então desejemos fazer parte desses mistérios; se não há uma suposição legítima para desacreditá-los, então continuemos a observá-los, pois existem coisas que estão muito acima do nosso entendimento.

A experiência de simplesmente viver deve pressupor que há uma necessidade maior sobre a cura da alma ao invés da cura do corpo. Nós somos, por assim dizer, muito mais seres espirituais realizando uma experiência física, ao invés de seres físicos realizando experiências espirituais, mesmo após termos encontrado com esta tal “força”. Estamos então lidando com a jornada da alma através das múltiplas experiências da vida.

Mas, o que podemos extrair de tudo isso? - Em nosso campo de energia temos concomitantemente produzido efeitos, tanto na vida passada quanto na vida presente e, muito provavelmente, estamos provocando efeitos na vida futura. Eu tenho um exemplo para isso: eu vi pessoas que ficaram trinta anos presas aos seus sofrimentos, e que depois levantaram seu olhar para um planejamento mais distante e se permitiram voltar a andar, sentindo-se livres pelo necessário exercício de querer ser livres.

Então, através dos anos tenho aprendido que há uma grande linha de verdade ao nosso alcance e ela se traduz assim: nosso ser é muito maior do que podemos imaginar; e vai muito além do que pensamos; tudo é apenas parte do Universo; nosso verdadeiro “Eu” não é tão somente corpo material; somos espíritos, essencialmente energia. E essa energia vai muito além do espaço e da matéria, pois a maior parte de nós não está no corpo.

Por assim dizer, qualquer lugar pode ser influenciado por qualquer uma pessoa, pois quando se direciona o pensamento se cria algo novo. Então assumamos as funções de emissor e de observador da obra que possamos construir ou essencialmente influir.

Simples? - Talvez. Só numa manifestação de fé se descobre o grande traçado de uma obra assim. Então largue tudo e se sente. Tente não fazer nada por alguns minutos, e reflita, pois o Universo pode lhe dar tudo quando provocado pelo pensamento, até mesmo o que não sabemos que existe. Mas não deixe de se trabalhar nas atitudes íntimas, pois é essencial. Enfrente o sofrimento, vença-o. A simples atitude de querer vencer vem da propensão natural da espécie humana... Você é parte do que está se construindo desta história; é parte do tamanho e da consequência a que tem se esforçado em possibilitar...

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