FIDELIDADE COMO UM NEGÓCIO PRÓPRIO.

Deixar de valorizar uma manifestação de confiança que nos atribuam, abdicar de um ideal pessoal, de um relacionamento promissor ou de princípios de vida é algo que deve nos arremeter a uma profunda reflexão. Assim eu penso. Atrevo-me a dizer que é como auto-sabotagem, mas que em algum momento exigirá um basta.
Tal conduta irrefletida compromete qualquer rota traçada por aqueles que depositaram respeito por nosso potencial crescimento, devido à falta de fidelidade ao que quer que tenhamos abraçado algum dia.
Na verdade, esse impulso de desonrar os princípios de vida ou seus valores é algo merecedor de estudo, auxílio de terapias emergenciais, pois denota imaturidade e incapacidade momentânea de lidar com os apelos sensoriais, mundanos e ilusórios. Eu me utilizo da palavra mundano com o significado de que a vida cotidiana oferece inúmeras oportunidades ou caminhos alternativos para quaisquer situações. É, assim, imperioso, estarmos atentos aos sinais diários.
Nas etapas de decisão, surgem as oportunidades únicas de investimentos mais amplos e significativos — e, às vezes, até meritórios — para que sejamos promovidos a algo mais expressivo no contexto das responsabilidades coletivas. Esse novo contexto envolve outras decisões, porque acarreta acordar elementos adormecidos na intimidade para agir em resposta adequada ao coletivo.
Esses elementos podem ou não encontrar respaldo nos inúmeros apelos que o mundo ou a vida mundana oferece. Nesses encontros de valores e de afinidades surgem os momentos de crise interior. Aí, normalmente o indivíduo se vê diante do dilema: permanecer fiel aos princípios e valores descobertos e, talvez, conquistados ou, de outro lado, retroceder às expressões já vencidas, mas que podem deixar marcas mais ou menos profundas em nossa memória.
A gestão própria do nosso negócio pode nos levar a uma certa reflexão, qual seja: A manifestação externa de comportamentos constitui apenas o reflexo de algo íntimo, mas profundo. O indivíduo que não consegue manter seu compromisso, quaisquer que sejam eles, é porque, já há algum tempo, abdicou daquilo que assumira diante da própria vida e de seus valores. Visto, assim, a ausência do princípio moral é a mais imperiosa crise a se enfrentar na atualidade, pois qualquer tribulação externa ou que envolva relações interpessoais é apenas a sombra do que ocorre na dimensão mais importante, àquele que podemos entender como individualidade.
Isso me faz lembrar que a filosofia oriental denominou o sistema social e mundano de ilusão. A realidade cotidiana à qual o sistema insiste em nos habituar, hipnotizando de tal maneira e com tal força e ímpeto, exige das pessoas um grande esforço de resistência, pois ao experimentarem o contato mais estreito com esse sistema de vida acabam por se ver presas na armadilha dos sentidos.
Para alguns, os breves instantes de euforia dos sentidos bastam para esquecer ou menosprezar os seus valores íntimos e os seus compromissos próprios e coletivos. Mas quando a impressão dos sentidos passa, pois cada detalhe do que vivemos tem apenas o objetivo de fixar aprendizado, fica a angústia, o prejuízo na vida de outro alguém, de uma pessoa, de uma comunidade, de uma organização a que se hipotecou um devotamento inicial. Acredito que, atentos, podemos mudar esse fim.

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