ENTENDER CLARAMENTE O QUE BUSCAMOS PARA ENCONTRAR O QUE PRECISAMOS.

De fato estamos mais velhos, mais maduros. Os tempos se passam em uma trajetória de vida, o que não é meramente palavras. Percebemos esse amadurecimento à medida que olhamos para as pessoas e naturalmente detectando nelas um pedaço de nós mesmos — ou do que fomos. Aí, independente de quem seja esse tal outro, concluímos que não existe certo ou errado. Nós somos o que somos!

No íntimo, sabemos que cada pessoa nasce como balõezinhos que devem ser criados com imenso cuidado, mas não esqueçamos que uma hora eles sobem e escapam do alcance. Continuo achando a mesma coisa hoje, mas foi bem mais fácil entender dessa forma enquanto eram apenas palavras. Só posso afirmar que as transformações deixadas pela trajetória da vida trouxeram a garantia de que os problemas são do tamanho que damos a eles, e talvez por isso não devamos levar rancor de nada, mas apenas acariciar as cicatrizes sem se machucar.

 Assim, viver não é só indispensável é inegociável. Tentar é o caminho. Vamos aprendendo coisas que só havíamos escutado nos ditados populares, mas passamos a aceitá-las de modo bem introspectivo. Como se evoluir direito ao longo de uma trajetória de vida devesse pressupor um continuado exercício de imersão: estudar bastante sobre tudo e pesquisar direto na fonte do dia a dia...

Tal imersão desmistifica o onde. Apenas exercitemos sobre o modelo de crescermos soltos, brincando, essencialmente como parte da natureza. Andemos atentos sempre que formos ao encontro de pessoas, rios, cachoeiras, matas, animais. Saibamos com isso dar vida às nossas personagens para que aprendamos a crescer com os diferentes assédios que cada personagem atrai. Esses diferentes assédios nos oportunizam mergulhar na mistura de identidades para cada contexto situacional, seja onde for, seja com quem for. Entretanto, quer por sabedoria quer por opção, todos temos um vínculo, mesmo que ainda esteja adormecido, mesmo que a visão que nos inspire a respeito dos detalhes preciosos e intuitivos, se mostre precaria quando compartilhada .

O importante é que saibamos incorrer no risco dos sentidos. O sentido provocado pela queda d’água de uma cachoeira; das ondas do mar quebrando nas pedras; de escadarias que nos impõem obstáculos; de pores do sol que levam nossa alma para longe; de camas que relaxam e nos liberam; das crianças que se aproximam com uma frouxa gargalhada; das pessoas que se abraçam e se perdoam; das conquistas; das perdas... Encontrar essa mistura de sentidos ao longo de uma trajetória de vida é como andar na rua da magia contemporizando-os, pois tudo gera um movimento à personagem que somos, com o nosso nome, ofertando-nos controlar as chegadas e as saídas das emoções.

Tal controle, talvez o único da mística da vida, deva ser encarado como uma grande brincadeira. Aquela brincadeira que pode render um casamento universal do indivíduo  com a felicidade!

Comentários